"Não és homem, não és capitão, és só uma grande merda"

As palavras são duras, fortes e até excessivas, à boa imagem de quem as escreveu. As claques são, na maioria das vezes, donas de uma sensib...

As palavras são duras, fortes e até excessivas, à boa imagem de quem as escreveu. As claques são, na maioria das vezes, donas de uma sensibilidade demasiado viril. Mas são também as primeiras a por os pontos nos i`s.

Mauro Icardi, o bom vivã e rebelde excêntrico, meteu-se com as pessoas erradas. Desta vez, falhou. E falhou feio. Talvez o maior falhanço da sua carreira.

Caberá ao argentino perceber que antes dele existiram Giuzeppe Meazza, Rummenigge, Altobelli, Klinsmann, Bergkamp, Maurizio Ganz, Zamorano, Ronaldo Fenómeno, Roberto Baggio, Christian Vieri, Gabriel Batistuta e Zlatan Ibrahimovic. Etoo, Crespo, Forlan e Milito - este último o milagreiro de José Mourinho, nos tempos do último império.

Em todos eles, o F.C. Internazionale Milano foi maior do que qualquer nome. Não importava o número com que jogavam, importante era ganhar. E com todos eles o Inter foi enorme.

Agora, vivem-se tempos conturbados e Icardi é o jogador-tipo da modernidade: o durão infantil e mimado, o rebelde que causa furor nas adolescentes mas irrita os amantes da bola. Aquele que, por marcar golos, acha que é dono e senhor dos demais.

Talvez Icardi seja garoto e não respeite a história do clube por mera ignorância.

O avançado tem 4 anos de Inter, 58 golos marcados e foi por 1 vez o melhor marcador em solo italiano.

O Inter tem 108 anos, 5 supertaças italianas, 7 Taças, 18 campeonatos, 2 Taças Intercontinentais, 3 Ligas Europa, 1 Mundial de Clubes e 3 Ligas dos Campeões. Uma história recheada de goleadores, profissionais exemplares e glória.

E quando se fala de capitanear, Icardi volta ao embaraço. Naquele clube a braçadeira é especial. Capitão rima com Zannetti, por tudo o que correu, deu, jogou e fez jogar. Por tudo o que sentiu, demonstrou e preferiu esconder. Pelo amor que partilhou durante anos a fio com os seus, aqueles que choravam e cantavam em uníssono.

"Haverá consequências. Para nós, os fãs são o mais importante. É preciso ter cuidado com o que se escreve/diz. Temos de respeitar e preservar a história deste grande clube" - Javier Zanetti.

Icardi vive momentos delicados num coração que ele não soube amar. E o Inter, com toda a sua história, está longe de ser uma adolescente deslumbrada. Os nerazurri sabem escolher os bons e amar apenas os melhores. Quem não honra o emblema não lhe pertence. É lixo. "É merda".



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