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Zidane: Um dez nota vinte
12:59:00
Para os mais novos, Zidane foi aquele da cabeçada ao Materazzi, o francês que actuou pelo Real Madrid e o actual timoneiro dos merengues. Se souberem que Zizou foi dos primeiros galáticos do Real, a contratação de luxo que em 2001 custou nada mais nada menos do que 77 milhões de euros, já não é nada mau. Mas. para os mais velhos, Zidane era o rosto de uma nova geração, a francesa, que ameaçava dominar o futebol (campeã mundial em 98 e europeia em 2000). Zizou era a Bola de Ouro, o pé de Deus e a obra prima do Homem.
Chegou à Juve quando o calcio era Calcio e o centro futebolístico europeu tinha o sotaque italiano. Um campeonato duro, táctico, exigente, demasiado competitivo e carregado de estrelas. O jogador francês era visto como o novo Platini, a nova coqueluche de uma Vecchia Signora obcecada pelo reinado do velho continente. Não foi preciso esperar muito para ver que do seu talento emanava um perfume único. Zizou era alto e esguio, dono de uma calma invejável na hora do aperto. Se à primeira vista o seu jeito parecia desengonçado, cedo qualquer pensamento depreciativo caía por terra, bastava a bola encontrar o seu pé. Não interessava se era o esquerdo ou o direito, importante era a bola colar no pé do francês. O drible era preciso - a famosa roleta ou a mera finta de corpo - o remate colocado - fosse forte ou em jeito - e a visão de jogo um toque de Midas. O passe só podia ser perfeito, tanto longo como curto. Em suma, a classe era franco-argelina mas aclamada como património mundial.
No actual mundo do futebol, enquanto desporto e símbolo da exigência física, Zizou é a arte da inteligência. O talento de quem, pelo mero contacto com a bola, se mostrava diferente. Era a cabeça levantada e o amor ao jogo, a razão que harmoniza um corpo. Zidane, antes de ser um atleta, é um futebolista. A maior das suas vitórias.
E quando todos se perdiam na busca do golo, Zizou estava careca de saber que a beleza do jogo residia na simplicidade.
Tiago Carvalho
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