Iniesta: Mes que un club
22:09:00De que te serve a inteligência, se não tens inteligência para a usar com inteligência? - Vergílio Ferreira.
Assim damos o pontapé de saída para um sentido texto de agradecimento ao maior cérebro da história do futebol moderno.
Há algo tão inato, próprio e indelével que nos faz reconhecer alguém de imediato. Como se fosse uma extensão do seu código genético ou um nome. Algo que nos acompanha a vida toda e alerta-nos para a mera existência.
Há quem, por dom, faça do jogo a sua impressão digital.
Em Barcelona, o palco de uma vida, a casa nunca se fez pelo telhado. Pedra sobre pedra, ideia sobre ideia, ergueram-se alicerces cimentados pelo tempo e com seriedade trabalhou-se uma identidade.
Aprendeu-se e ensinou-se o futebol como se de arte se tratasse. Algo tão precioso que seria infame ser mal jogado. Para os culés, saber jogar é como saber estar ou falar. É uma questão de educação, elevação e respeito. É a cultura da era moderna estigmatizada por olhos primitivos.
A beleza de um estilo eternizado pela nobreza de uma estirpe. Um emblema, um rosto e um nome tão espanhol quanto património mundial.
Por agora vem à memória a chegada a La Masia de um Andrés de 12 anos nas pequenas pernas, altura em que o astronauta e o bombeiro ainda se cruzam com o jogador de futebol. Por entre o talento e a confiança, o rapaz cresceu e bebeu da maior ideia que o futebol já conhecera. Como se tivesse nascido ali, para aquilo, numa simbiose perfeita entre a inteligência e a execução. Juntos foram caminhando vida fora e decoraram aquela casa com os melhores troféus que o mundo conhecera.
21 anos volvidos, o pequeno Andrés cresceu tanto que virou Iniesta. Do alto dos seus 33 anos, ensinou que os pés não são tudo e a cabeça pode ser mais importante do que a bola. Um Senhor que nunca pediu nada ao mundo, ainda que este tudo lhe deva.
E a maldita hora chegou...
Quando me perguntarem quem foi Andrés Iniesta, responderei de imediato:
Mes que un club !
0 comentários