Lentini, um recordista!

Em tempo de transferências, recordemos Lentini, um recordista! Quem? O nome pouco falado faz pensar em tempos antigos, mas Gianluigi Len...


Em tempo de transferências, recordemos Lentini, um recordista! Quem? O nome pouco falado faz pensar em tempos antigos, mas Gianluigi Lentini, em 1992, foi o recordista de transferências do futebol mundial.

O Milan respondia à Juventus, que havia ficado com Vialli, e contratava Lentini, ao Torino, por cerca de 15M de €, valor recorde na altura.
O ala/extremo havia brilhado no seu clube de menino, o Torino. Figura de proa na subida da serie B para a Elite Italiana, qualificação europeia e caminhada até à final da Taça Uefa, foi o suficiente para seduzir Berlusconi a investir no jogador. 
A primeira época, em San Siro, foi de sorriso de um lado ao outro, a selecção já contava com ele e no Milan pegava de estaca. Só Maldini e Costacurta fizeram mais jogos que Gianluigi em 92/93.

Chegou o Verão, a festa, o calor e a euforia do momento tornaram o pé pesado, o Porsche cedeu e um dos pneus rebentou, culminando num despiste a 200km/h. Lentini sobreviveu, mas um traumatismo crânio encefálico e a lesão de uma das órbitas oculares deram direito a dois dias de coma e um ano sem jogar. A visão turva passou a ser a sua companhia e as tonturas os pesadelos de uma carreira que fugia ao predestinado. Voltou no fim da temporada, manteve-se no Milan ainda duas épocas. O talento sempre mora onde habita, mas a estrelinha de craque já havia perdido a luz.
Os dribles nunca mais foram estonteantes e o Milan abriu a porta da saída. Seguiram-se a Atalanta e o regresso a Torino. Três épocas no clube da juventude e no virar do século, aos 30, quando devia ser consagrado, era um acabado longe do fim. Manteve-se a jogar até aos 40, treinava, jogava, mas não era o caro de outrora, era Lentini de divisões secundárias do CALCIO.
Foi a história da montanha russa, que vai acima mantendo o suspense da adrenalina, até explodir na vertigem da descida. A passagem pela ribalta de Lentini não é feliz, mas está cá para contar e relembrar o alerta de quem sobe montanhas russas.



Bruno

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