O Sporting, em ressaca profunda da triste jornada europeia, visitava a cidade dos estudantes com o intuito de ganhar, fazer esquecer o empate frente ao Paços e voltar às vitórias. Claro que entre a fadiga mental e física, havia o desejo de ganhar dando espectáculo e lição de futebol. E foi logo aos 5 minutos que Mané, uma das caras novas deste onze - a outra foi Esgaio, além do regressado Slimani - abriu o activo! Belo passe longo de Adrien a isolar o menino que, com rapidez e frieza na hora do remate, começou desde cedo a justificar os minutos e a titularidade. Se a tarefa da Briosa era difícil, mais difícil ficou.

O Sporting queria partir para cima, decidir o jogo o quanto antes para depois poder descansar, recuperar o fôlego. João Mário obrigou Lee a uma defesa de recurso, Paulo Oliveira ainda tentou, mas foi o argelino que, uma vez lançado em corrida por Carrillo, fez um chapéu simples e bonito à saída do redes. O 2-0 aos 24 minutos de jogo, um Sporting acampado no meio campo dos da casa e Rui Patrício um espectador privilegiado. A Académica estava tão fora do jogo que João Mário assumia a bola e andava ali, de pantufas, a deambular naquele meio campo.

Mas foi precisamente em João Mário que começou o golo da Briosa, ainda antes do intervalo. João Mário perde a bola, o árbitro manda seguir, a Académica estende-se no contra ataque pelo seu flanco direito e a bola chega ao interior da área leonina onde... há penalti. Protestos leoninos, Adrien incrédulo e golo dos estudantes. Um penalti superiormente bem marcado por Rabiola - avançado mexido que rendeu Gonçalo Paciência no onze. A Académica voltava a entrar no jogo sem saber ler nem escrever.

Ainda antes do intervalo, nova polémica, em Coimbra. Slimani cai na área e fica a pedir penalti, o árbitro manda seguir e percebe-se que o central da Académica joga a bola, antes de ela embater no pé de Slimani, sobrar para a frente e ficar jogável, acabando o argelino por ser varrido pelo central. No seguimento da polémica Jesus foi expulso do banco e o intervalo vinha a calhar. O jogo estava um barril de pólvora!

Na segunda parte o Sporting voltou mas não era o mesmo dos primeiros 35 minutos. Aquele jogo que parecia ser de goleada, virou jogo em aberto. O Sporting fatigado sentiu o golo, as peripécias do jogo e o resultado indeciso. Voltaram os fantasmas do jogo de Paços e Tondela. Moscovo era recente demais para não deixar marcas. E a Académica mudou, acreditou e subiu. Passou ao tradicional 4-3-3. Mas de nada serviu. A Académica é má demais para esquemas tácticos, jogos intensos ou ataques e contra-ataques. 

No seguimento de um corte com o braço dentro da área, Fernando Alexandre é admoestado com cartolina amarela e Adrien desperdiça a grande penalidade. O resultado permanecia em aberto e o Sporting tinha todas as razões para se enervar. Pouco depois, nova grande penalidade, a castigar um braço no ombro de Slimani (sim, o árbitro marcou 3 penaltis neste jogo!). Quem cometeu a grande penalidade? Fernando Alexandre, lá está. Foi expulso por acumulação de amarelos e Aquilani foi chamado para a conversão. Golo do Sporting, jogo fechado e a Académica saiu de cena. Aliás, nunca entrou. Marcou apenas aquele golo e nada mais. As circunstâncias e os nervos do jogo é que deixaram a Briosa acreditar. Os estudantes precisam de dar mais, sob pena de chumbarem com o ano ainda a meio. E atenção, aqui o chumbo não permite repetir o ano, isto é a Primeira Liga! 

O Sporting respirou fundo e voltou às vitórias. Oscila o bom com o mediano e ainda não conseguiu fazer um jogo muito bom para o campeonato. A paragem fará bem, com toda a certeza. Pelo menos traz descanso!  P.S. Ah Slimani! Luta, desgasta, finaliza, é chato e uma verdadeira carraça para os centrais. Dá profundidade ao jogo leonino e a sua entrega só pode ser admirada. Quando Jesus quiser jogar só com um Ponta de Lança, a escolha terá de recair no argelino.