O CAP, ou Athletico Paranaense, tem atravessado uma óptima fase no futebol sul americano e brasileiro. Com o bom momento cimentado nos golos do reforço Marco Rúben e numa fortaleza caseira impressionante (o sintético ajuda mas o clima confirma), o clube brasileiro vai de vento em popa e esta madrugada deixou por terra o poderoso Flamengo, em pleno Maracanã, para a Copa do Brasil. Uma equipa que não foge da bola, que a sabe tratar como merece e tem trabalho. Muito trabalho.

Mas, concluídos os elogios, a Gola centra-se naquele que é, na actualidade, a pérola dos athleticanos: Bruno Guimarães.

Despontou no Osasco e rapidamente surgiu a oportunidade de jogar num clube histórico. O CAP via no médio o talento de quem não tem medo de ter a bola, de quem define a ideia e constrói a obra. A aposta já foi ganha. Mais do que ganha!

- O "Volante" sabe "preencher" o campo com um sentido posicional muito apurado. Entre o adversário e a baliza, por norma, há um Bruno por ultrapassar.

- Ainda que seja muito interessante a sua qualidade defensiva, materializada num trabalho árduo sem bola, o seu destaque está na procura do espaço e no seu jogo entre linhas. Depois de se enquadrar e colocar na melhor condição possível para a receber, Bruno revela inteligência e técnica.

- Coloca o esférico onde ele deve ir - seja perto ou longe. Dá-nos, assim, um misto de cansaço com tranquilidade. Parece estar em todo o lado, até à exaustão e, simultaneamente, quando pega no jogo e assume a construção, sente-se a leveza do pé na bola, a suavidade do seu percurso e a tranquilidade de quem sabe que ela chega, em perfeitas condições, ao seu destino.

Bruno é a sensação estranha que, normalmente, encontramos nos melhores jogadores. O que nos faz perceber que é "diferenciado".

- Com a confiança proporcionada pela sua evolução vem-se soltando e aventurando em zonas mais subidas (cada vez mais notória a sua participação no último terço).

- Sempre que pode, não se faz rogado e também arrisca a sua meia distância. Algo que ainda pode melhorar.

Quem acompanha o futebol brasileiro sabe que o talento está lá e o jogador precisa de novos e maiores palcos. Um novo ritmo competitivo e uma maior exigência técnico-táctica que lhe permitam crescer cada vez mais (e com os melhores).

Enquanto isso, é colocá-lo no radar. Quem não o conhece que se sente e veja. Vale a pena.

Eis um jogador de trabalho árduo e com impressionante qualidade de passe. Eis uma das caras bonitas que atrai a Europa.  Uma das últimas jóias do Brasileirão.