Benfica vs Porto: O tira-teimas!

Este Domingo a Liga NOS prepara-se para receber o jogo do título. Frente a frente as duas equipas dominadoras dos últimos anos do futebol P...

Este Domingo a Liga NOS prepara-se para receber o jogo do título. Frente a frente as duas equipas dominadoras dos últimos anos do futebol Português. De um lado, o Benfica de Jesus, moralizado com os resultados recentes e agarrado ao trono que não quer perder por nada. Do outro, um Porto de Lopetegui, com uma nova filosofia e com individualidades capazes de fazer a diferença. Será o Porto um fantasma para JJ ou, por outro lado, este Porto apresentar-se-á debilitado pelo desgaste emocional e físico que Munique causou? Será o goleador Jonas capaz de voltar a decidir ou, por seu lado, conseguirá o poderoso Jackson Martinez devolver a chama ao Dragão? As emoções vão a jogo, com toda a imprevisibilidade que um Clássico pode ter. Em véspera do "jogo do título", A Gola dá a conhecer os dois rivais.




Um início de época menos bom, devido à perda de vários jogadores e a precoce eliminação das competições europeias e taça de Portugal, deixou o Benfica com a obrigação de ganhar o campeonato. A tarefa não é fácil, já que a qualidade do plantel é inferior quando comparada com a dos últimos anos. A nível ofensivo, as águias começaram a época algo em baixo, com os golos de Talisca e as arrancadas de Sálvio e Gaitan, tudo isso suportado pela qualidade de Enzo. Veio Janeiro e Enzo saiu, Talisca foi sendo afastado do 11 e entraram duas pedras que se têm revelado fundamentais para este “renovado” Benfica da 2ª volta: Pizzi e Jonas ‘pistolas’. É estranho, mas o Benfica é mais forte com estes 2, do que era sem eles. O que perdeu em agressividade defensiva e transporte de bola, com a saída de Enzo, ganhou em criatividade e  qualidade de passe no último terço, com a entrada de Pizzi. Jonas, um jogador à parte, sabe ler todos os momentos de jogo, sabe quando tem de descer para vir buscar a bola, quando tem de cair para uma linha e quando deve imprimir velocidade no jogo. Sabe, acima de tudo, marcar golos, o essencial para um avançado. Quem ficou a ganhar foi o Benfica, claro está, tornando-se mais imprevisível e demolidor.


O Porto de Lopetegui tem um plantel fantástico, superior aos rivais. Aliado ao poderio individual, este novo Porto apresenta uma filosofia que cativa, tornando-os numa equipa dominante, que procura ter a bola para ditar o ritmo de jogo, fazendo os adversários correr e lutar para ganharem posse. Lopetegui incentiva os seus pupilos a pressionarem alto, utiliza os 3 corredores para atacar a baliza adversária e tem bastante objectividade, procurando sempre o golo e não se perdendo em passes que redundam em nada. No entanto, estes princípios de jogo e a sua cultura de posse (rejeitando o jogo directo) não estão enraizados na cultura portista, apesar da turma de Vitor Pereira já apresentar tal filosofia - um futebol aborrecido e enfadonho, na opinião de muitos. Outra consequência desta "nova" mentalidade é a de que, para além dos adeptos, os jogadores também não estão adaptados a estas ideias e não sabem ainda gerir os ritmos de jogo - o exemplo disso é o de que o Porto ora sufoca os adversários e vence por vários golos de diferença, ora empata contra o Boavista e Nacional. É, portanto, um Porto que arrisca e encanta umas vezes e desencanta outras. Uma equipa inconstante. E como o campeonato é uma prova de regularidade, percebe-se porque é que os Dragões não está à frente do Benfica.


Dado o que foi dito acima e sabendo que no clássico a responsabilidade do jogo será da equipa nortenha, caberá ao Porto assumir as despesas do jogo, ter posse de bola e procurar o golo. Veremos se a frescura física e emocional (com Jackson à cabeça) será a adequada para se impor no terreno do seu grande rival. No que respeita ao Benfica, este irá tapar os caminhos da sua baliza e procurar transições rápidas. O Clássico é um jogo de pormenores e a equipa que cometer menos erros defensivos sairá por cima. De salientar a diferença defensiva das 2 equipas: o Benfica forte a defender sem bola, contrastando com um Porto especialista a defender com bola. Talvez seja o equilíbrio a nota dominante dum clássico deveras escaldante.


RC
Tiago Carvalho

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