Benfica: Do colinho ao bailinho em 20 minutos

A Luz vestiu-se de vermelho e juntou diferentes famílias e gerações. Movidos pela enorme vontade de empurrar a equipa para a revalidação do ...

A Luz vestiu-se de vermelho e juntou diferentes famílias e gerações. Movidos pela enorme vontade de empurrar a equipa para a revalidação do título, os adeptos compareceram em massa à chamada. Jorge Jesus sabia que era importante continuar a vencer, porque a dinâmica de vitórias trazia maior confiança e colocava os adversários em alerta. Tudo isso e muito mais aconteceu na Luz. E, claro está, para JJ não basta ganhar, tem de haver nota artística.

Foto: Lusa/José Sena Goulão



Numa tarde típica de futebol, com sol, paixão e golos, a Académica entrava no Estádio da Luz com uma série invejável de 9 jogos sem perder. Viterbo parecia ter encontrado o elixir do sucesso ao serviço dos seus "estudantes", mas com algumas ausências e uma dose de improvisação, o "professor" acabou por ser traído pelos seus desorientados pupilos (que pareciam não ter lido a matéria). E pouco mais há para falar sobre a Académica. Passemos ao jogo, todo vermelho, por sinal.

O rolo compressor que esmagara o Estoril acabou por cilindrar a Académica. Foi uma entrada de alto nível que permitiu às águias colocarem-se cedo na frente. Jardel subiu ao primeiro andar e acabou por abrir caminho para a vitória, logo aos 8 minutos. A partir daqui, a equipa da casa sentiu-se cada vez mais confortável no jogo e asfixiou por completo o adversário. Jonas, no ar, à imagem de Jardel, marcou o segundo, após cruzamento na linha de fundo, agora do lado esquerdo, de André Almeida (uma bela "jogatana" a lateral esquerdo). Tudo decidido e ainda com tanto para jogar. Por mais que Viterbo apostasse num autocarro (apostou numa primeira linha de 5 defesas e uma segunda de 4 médios), ele teimava parecer pequeno demais. Mais um golo de Jonas, portanto...

Mas um Benfica, que joga à Benfica, não se fica por aqui! E foi isso que Jorge Jesus fez questão de mostrar aos estudantes. Lima ganha o penalti cometido pelo experiente Fernando Alexandre e assume a responsabilidade de fazer o 3º golo do campeão. A festa encarnada pela 3ª vez em 20 minutos (!). E a goleada ali, tão perto...

A Académica pressentiu o cenário catastrófico em que estava metida e Viterbo resolveu mexer de imediato: a solução era voltar a jogar como tem vindo a jogar, mas sempre cauteloso, claro.
Com o jogo já resolvido, o Benfica começou a descansar, apesar de nunca perder de vista a baliza de Cristiano. Os visitantes aproveitaram para tomar um pouco de ar e respirar, finalmente. O intervalo chegou com um 3-0 e muito futebol do campeão.

Na segunda parte, mais do mesmo. O Benfica enchia o campo com a sua pressão constante e a bola queimava nos pés da Briosa. André Almeida aproveitou a oportunidade concedida e não queria abrandar. Jonas também não. E foi assim que o primeiro assistiu novamente o avançado brasileiro para o 4-0. Tudo fácil, tudo bonito, tudo como deve ser o futebol. E este brasileiro devora golos!

Os encarnados, no seu recital futebolístico, ganhavam por 4 e desperdiçavam outros tantos. Até que Rafael Lopes, no primeiro(!) remate da briosa à baliza de Júlio César, acaba por fazer o golo que de honra teve muito pouco. A Académica nem este golo merecia, mas o futebol é mesmo assim.

Não, a história do jogo não ficava por aqui. Fejsa, regressado do calvário das lesões - após uma longa paragem - marcava o 5º golo dos encarnados. Mais uma explosão de alegria nas bancadas, mais uma lição em campo. E as lágrimas de Fejsa tinham sabor a vitória. Jonathan, o jovem avançado uruguaio, ainda se estreou de águia ao peito pela equipa principal.

No fim, tudo como devia ser: goleada (5-1 mas o Benfica podia ter alcançado resultado histórico) e (mais) uma lição de Jorge Jesus. Afinal, o Benfica é catedrático nestas coisas e José Viterbo mostrou-se caloiro.

E o líder continua na senda da renovação do título, quando nos aproximamos cada vez mais do emocionante Clássico, na Luz!



Tiago Carvalho

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