Jurgen Klopp anunciou que deixará de ser treinador do Dortmund no final da época e a notícia caiu que nem uma bomba no mundo do futebol. Se há casamentos perfeitos, este era um deles. E como custa imaginar este clube sem o seu timoneiro. Será Klopp capaz de encontrar outro clube tão fervoroso e que o faça sentir-se tão em casa? Duvido. Talvez ambos ainda venham a ser muito felizes nas suas novas vidas. Mas que ficavam bem juntos, lá isso ficavam.

Para mim, Klopp é o treinador na sua essência, como tem de ser. Comparo-o muito a Bielsa, apesar das devidas diferenças. São fiéis aos seus princípios, genuínos, adoram viver o jogo de perto e entram em campo como se fossem jogar. Só o estilo desportivo que apresentam já transmite maior aproximação ao jogo. O fato de treino e o chapéu são traços peculiares num futebol cada vez mais engravatado. É certo que - como diria Abel Xavier - um treinador não joga, treina, mas a sua energia contagiante reflecte-se em todo o lado. Não há adepto que não goste de um treinador de carácter, com uma vontade de vencer tão grande quanto a deles. Após 8 anos, dois títulos de campeão alemão, uma taça alemã e uma final da Liga dos Campões, Jurgen Klopp merecia uma despedida melhor do que a desta época, deveras decepcionante. Todavia, o rosto deste "novo" Dortmund será sempre lembrado no clube como um obreiro, um visionário, um líder destemido que chegou a destronar o poderoso Bayern. 

Na difícil hora do adeus, sei que a palavra escutada será a de um mútuo obrigado. O Dortmund fez de Klopp um treinador de excelência e Klopp devolveu o Dortmund ao topo do futebol europeu.

Talvez seja Inglaterra o seu próximo destino (logo agora que o Manchester City anda a pensar na vida). Pretendentes não devem faltar.