Quis o destino que um dos melhores avançados portugueses nascesse em Sarilhos Pequenos. Foi ali, no modesto clube da terra, que aos 16 anos se deu a conhecer ao mundo do futebol. O modesto CUF apostava na sua contratação e seria esse tal menino talentoso e finalizador a escrever história: a equipa classificou-se em 4º lugar e Manuel marcou um golo decisivo ao Futebol Clube do Porto, golo esse que valeu uma surpreendente qualificação europeia. Despertando cobiça de Porto, Sporting e Belenenses, acabou por decidir com o coração, quando os dragões estavam perto de o contratar. A sua mãe dissera-lhe que um dia vestiria a camisola verde e branca, a do clube de toda a família. Emocionado, Manuel Fernandes assina em 1975, naquele que assume ter sido o seu momento de sonho. A partir daí, muitos jogos, imensos golos (foram 342 golos de leão ao peito) e a conquista de 2 Campeonatos Nacionais (79/80 e 81/82), 2 Taças de Portugal (77/78 e 81/82) e 1 Supertaça (82/83). Individualmente, imensos golos e a justa consagração de melhor marcador em 85/86, com 30 golos marcados no campeonato. Foi dono da braçadeira e das bancadas, ficou na história do clube, onde deixou uma marca (4 golos) indelével no célebre e frenético dérbie de Lisboa: o 7-1. Tornou-se uma figura lendária, um símbolo, um verdadeiro leão. Já com 36 anos, sentiu que o seu tempo e espaço no clube do coração tinham chegado ao fim, resolvendo ter a sua última aventura no modesto Vitória de Setúbal.