O início da tarde de Sábado era um teste que exigia empenho: seriam os dragões capazes de voltar a ganhar com um futebol consistente e superior? Seriam os azuis e brancos capazes de ganhar em Lisboa, tanto tempo depois? Logo aos 3 minutos a bola entrou e os fantasmas pairaram. Mas este Porto arregaçou as mangas, cerrou os dentes e virou o rumo. Não foi só responder, foi colocar qualidade na retaliação. O Porto virou o jogo com objectividade empenho e talento, como José Peseiro gosta e exige. Layún é um caso sério no nosso futebol e o Estoril vê-se derrotado pela segunda vez em pouco tempo, em casa, por um grande (antes foi o Benfica) e depois de começar na frente. Cuidado com este Porto! Está de volta e vai muito a tempo de reclamar a glória.
Lusa |
O jogo começou com o golo estorilista: canto marcado da direita e Diego Carlos, no meio dos defensores portistas, saltou mais alto e desviou para o fundo das redes de Casillas. Uma "facada" nas aspirações do Dragão. Daí para a frente, temia-se que este Porto fosse instável, tremesse e procurasse adormecer a dor com o decurso dos minutos. Relembrando Lopetegui, o tempo passaria em trocas de bola inconsequentes e um jogo demasiado rendilhado. Mas no banco está Peseiro e os jogadores começam a ter a necessidade de mudar o "chip". E foi precisamente isso que fizeram. Um futebol mais vertical e sempre confiante, que respondeu ao conforto canarinho. Primeiro de canto, num desvio de Aboubakar que por pouco não deu golo. Depois, uma bonita jogada entre André André, o inevitável Layun e a finalização de Aboubakar. Um empate que veio cedo, com uma resposta afirmativa.
Embalados pelos seus adeptos, os Dragões partiram para cima na esperança de concretizarem a "remontada" ainda antes do intervalo. Dito e feito. Depois de Kiezek negar o golo a André André, Danilo ganhou o duelo nas alturas e cabeceou sem a menor hipótese de defesa. Um canto marcado por....Layun, claro está, e mais uma assistência para o lateral mexicano (12ª na liga!)
Ao intervalo, o 2-1 para o Porto dava serenidade. Uma reacção tão rápida e com tanta personalidade só podia trazer confiança.
Na segunda parte o Estoril rendeu-se. Gerso dispôs da única oportunidade mas o remate saiu por cima. Ele foi sempre o homem escolhido para fazer face à defesa portista, uma vez que Leo Bonatini foi presa fácil para Indi e Marcano. Daí para a frente, só Porto. Kiezek foi negando o golo a Layun e Varela. Aboubakar foi mais longe e fez o impensável: a meio metro da linha de golo conseguiu mandar por cima da barra!!! Uma perdida incrível, digna de Youtube!
A superioridade azul e branca foi tal que não deu azo a surpresas. André André acabou por selar a vitória e matar uns canarinhos que há muito estavam entregues. Uma bela resposta do Porto, de cara lavada e cabeça erguida, fortes o suficiente para se manterem numa luta que pretendem levar até ao fim. Um bom prenúncio para um clássico que se jogará na Luz, dentro de poucas jornadas. O Porto está de volta e ainda vai a tempo!
O Positivo: A disponibilidade de André André. É um jogador com muito coração. Quando falha, pede desculpa ao público, fica insatisfeito consigo próprio e ralha, mas nunca vira a cara à luta. Está sempre lá, jogando e fazendo jogar. Mereceu o golo.
O caso sério Layun! Chegou quase em cima do fecho do mercado, emprestado pelo Watford. Era um mexicano destro a fazer a lateral esquerda - uma desconfiança imediata. Pois bem, 17 jogos, 2 golos e 12 assistências, são números suficientes para provar a importância do lateral esquerdo no jogo ofensivo do Porto! É certo que defensivamente não é do mesmo nível, mas cumpre e bem.
No geral, grande resposta do Dragão. Agigantou-se quando era preciso e venceu como faz muito tempo não o conseguia. O Porto parece personalizado e confiante, de cara lavada e pronto para romper com o estigma do passado recente.
O Negativo: O Estoril voltou a durar pouco. Abdica do jogo demasiado cedo, não aproveitando a dádiva do golo. Fica sempre com a sensação de que nunca mereceu sequer o golo, quanto mais qualquer ponto. Do lado do Porto, a irregularidade de Brahimi. O seu talento é imenso mas não consistente. Foi discreto, ainda que esforçado.
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