Primeira parte dada de avanço, uma alma enorme e um descanso
precoce. Este Sporting não sabe facilitar a sua vida. Prémio para um Tondela que procurou a felicidade e alcançou-a, perto do fim. Os leões sofrem contra os pequenos e não podem viver jornada após jornada em remontadas. Uma bela imagem deixada pelos homens de Petit.
O jogo abria a jornada, tinha uma casa muito interessante (mais de 36 mil
espectadores) e anunciava uma vitória de um primeiro forte o suficiente para
encostar um frágil último classificado. Mas quando a bola começou a rolar, as
diferenças esbateram-se e o real valor das equipas não foi tão distante. O Tondela
aventurou-se, procurou explorar as zonas mais avançadas do campo e não se
encostou às cordas. O Sporting nem um passe conseguiu fazer, quanto mais uma
jogada articulada. Foi uma primeira parte péssima, desastrosa. Uma primeira
parte dada de avanço ao adversário. Sempre em esforço e com ausência de talento
e criatividade, Jorge Jesus desesperava com os seus pupilos.. Aos 28 minutos o caso do jogo: penalidade para o Tondela,
expulsão de Rui Patrício e golo do Tondela. Tudo mais complicado.
Na segunda parte, tudo diferente. O Sporting embalou ao
ritmo do jovem Gelson e o perigo instalou-se na área de Matt Jones. O cerco foi
montado e Slimani aos 50` (com sorte após um desvio do defesa) e Gelson
depois, aos 60`, fizeram a remontada. Com meia hora para acabar, os leões já estavam na frente,
mesmo com um jogador a menos. O Tondela encolheu-se em demasia, deixou o
Sporting acreditar, mandar e marcar. Pelo meio, viu Romario Balde desperdiçar
um golo cantado. O jogo tinha mudado tanto que parecia sentenciado. Mas era
puro engano. Chamorro, acabado de entrar, aparece isolado na cara de Marcelo
Boeck e coloca a bola nas redes. Um empate a 2-2 num jogo em que o Sporting
não conseguiu sentenciar e dominar. Correu atrás, como já tinha feito, e isso nem
sempre dá resultado. Este Sporting sofre com os mais pequenos, o seu claro tendão de Aquiles.
Positivo: a entrada de Gelson Martins. Agitou, desequilibrou e trouxe uma nova faceta ao jogo. Preponderante na cambalhota do marcador e autor do golo 5000 da história do Sporting nos campeonatos nacionais.
Tiago Carvalho
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