Começando a nossa análise pelo grupo B, o tricampeão nacional Benfica tem na teoria um
grupo com equipas credenciadas mas sem nenhum papão, sendo o nome português
aquele com maior prestigio e provavelmente melhor equipa. O Napóles de Sarri é
o adversário mais difícil no papel, perdeu Higuain mas soma agora um ano de
trabalho com o técnico italiano, Hamsik continua a ser a grande força da equipa, e os "pequenos" Mertens, Insigne ou Callejon são verdadeiros diabretes na
frente de ataque. Ainda com a posição de Higuain com o um dono por achar, a
posição mais avançada pertence até então a Gabbiadini que desenganem-se os mais
cépticos é um óptimo avançado capaz de causar moça em qualquer equipa. Com
laterais de pendor ofensivo e centrais fortes, veremos se a equipa do Sul de
Itália é capaz de segurar Koulibaly, o gigante senegalês é um pronto-socorro
nos transalpinos e um perigo em lances aéreos.
Do frio do leste chega o Dínamo
de Kiev, bem conhecido dos portugueses, principalmente dos portistas, que o ano
passado rogaram pragas aos ucranianos, principais responsáveis pelo afastamento
precoce do FCP da prova. A grande virtude dos ucranianos será o trabalho de
casa continuado pelo treinador e antiga estrela da equipa Rebrov, que retomou a
hegemonia do clube no campeonato caseiro. Sem estrelas do calibre do próprio
Rebrov ou Shevchenko, a principal estrela é o ucraniano Andriy Yarmolenko,
extremo direito de virtuoso pé esquerdo, melhor marcador da equipa na temporada
passada com 13 golos. Destaque ainda para o brasileiro Júnior Moraes que soma 4
golos em 5 jornadas do campeonato ucraniano, o central croata Vida e o experiente guarda-redes Olexandr
Shovkovskiy, contudo outro olhar mais satisfatorio para as hostes nacionais será a
normal titularidade do português Antunes e Derlis Gonzalez, jogadores que
passaram por Portugal e não deixaram uma grande marca no campeonato nacional e a perda do central austríaco Dragovic.
Uma das vantagens teóricas dos ucranianos será o maior ritmo competitivo por
esta altura, uma vez que já somam 5 jogos no campeonato com 5 vitórias, à qual
se acrescenta a vitória na supertaça ucraniana em grandes penalidades frente ao
Shakhtar.
Por fim o pote 4 não foi dos mais agradáveis ao Benfica, já que somou
mais um campeão ao seu grupo e uma equipa com alguns nomes bem conhecidos,
saltando logo à vista o de Ricardo Quaresma, que com a saída de Mario Gomez,
Jose Sosa e Gokhan Tore, ganha papel de
maior relevo na equipa. Fruto das saídas abruptas motivadas pela situação
politica do pais, não se sabe o que conseguirá valer o futebol dos Turcos, que
na época passada apresentaram um futebol de fino recorte, com jogo apoiado e
bem trabalhado por Şenol Güneş, homem que liderou a Turquia ao 3º lugar do
Mundial em 2002. Sem o panzer alemão, a confiança de Güneş para chegar ao golo
passará pelo internacional Turco, Cenk Tosun, que para já bisou na jornada
inaugural do campeonato. Outros nomes em destaque nos turcos para além de
Quaresma, tem de ser o Turco, Oğuzhan Özyakup médio ofensivo centro e
arquitecto do jogo ofensivo dos turcos, criado na Holanda (por quem jogou nos
sub 17) e com formação no Arsenal, apontou o ano passado 9 golos e fez 7 assistências
na principal liga turca, Atiba Hutchinson médio defensivo do Canadá que é indispensável nos equilíbrios da equipa e o recém chegado Adriano, defesa que
fez carreira em Espanha no Sevilha e no Barcelona.
Um grupo sem bónus, mas onde o Benfica tem de
fazer valer o seu prestigio e resultados recentes, aparentemente sem
acessibilidades o sorteio não foi azarento para os encarnados já que em cada um
dos potes havia equipas com bem mais potencial que as que acabaram por sair em
sorte, mas ainda assim não vai haver espaço a percalços e duplo descuido num
grupo destes pode significar o adeus europeu.
BrunoAFNunes
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