O Benfica assinou hoje (ontem) a qualificação para os quartos de final da liga
dos campeões, a terceira presença nesta fase nas últimas dez edições da mesma.
O jogo prometia
não ser fácil, com as ausências a dominarem o pré match, os portugueses
entraram em campo com Samaris adaptado a central, numa equipa onde Semedo,
Lindelof ou Ederson podiam ser chamados de segunda linha no caso de todo o
plantel estar disponível. Mas vindo de uma moralizadora vitória em Alvalade a
equipa entrou com a confiança redobrada e tal como no sábado passado entrou
personalizada no campo, tendo mais bola e mostrando que não ia deixar os russos
assumirem o comando do encontro.
Foram
mesmo do Benfica os melhores apontamentos do primeiro tempo com um remate de
Renato Sanches a roçar o poste a ser o melhor exemplo da personalidade ofensiva
que o Benfica conseguia exibir. Ainda assim os russos tentavam sempre mostrar
que estavam vivos, principalmente através de fogachos de Danny, que tentou ser
o barómetro de uma equipa, variando inúmeras vezes o jogo, solicitando o lado
contrário para entradas nas costas quer dos avançados ou mesmo dos laterais, o
Zenit tentava ir à linha semear o perigo, mas foi do Dzyuba o lance mais
perigoso bem no meio dos centrais, tendo dado a Ederson a primeira hipótese de
brilhar. Ao intervalo o zero a zero assentava bem num jogo equilibrado e agradável
de assistir.
A ida aos
balneários trouxe um novo Zenit, com uma velocidade e impetuosidade renovadas
que terão ajudado a empurrar o Benfica para trás um pouco cedo demais para o
que seria de desejar. O Benfica já não conseguia sair para o ataque como na
primeira parte e menos ainda o controlo da posse de bola. Também a falta de
ritmo de Fejsa tenha contribuído para tal, ele que no cômputo geral foi dos
melhores elementos sob o terreno de jogo sobretudo na primeira parte onde
parecia estar sempre no sitio certo para liquidar o inicio dos ataques russos. Já
depois de Dzyuba ameaçar, foi Jonas que do nada tem uma oportunidade de ouro
para liquidar a eliminatória mas no um para um com Lodigin o guardião russo
levou a melhor. E neste rame rame de o Benfica atrás mas zenit sem grandes
ideias, uma decisão polémica permitiu que Zhirkov encosta-se Semedo às boxes, e
abriu a pista para o lateral russo, que com frieza e experiência endossou o
golo a Hulk, que ali não podia falhar. O Brasileiro marcou o seu 7º golo na história
ao Benfica, ele que é uma verdadeira ameaça para a equipa da Luz.
Quando se pensava que o Benfica
sentiria o golo, foi precisamente o contrário que aconteceu, o Zenit como que
se aliviou por ter chegado finalmente ao empate e o Benfica se revoltou perante
o lance do empate, os portugueses redobraram forças e os russos sentiram a fase
de recomeço de época. O Benfica subiu metros, e Lindelof subiu em altura, foi
de um cabeceamento nos céus do sueco a primeira ameaça, Lodigin respondeu com
grande intervenção. Salvio já estava em campo, mas ainda há procura da melhor
forma não respondeu a uma boa solicitação de Jimenez que deixava o argentino
isolado. Villas Boas ainda renovou o meio campo, mas o Benfica tinha mais
pernas e cabeça, e de um lance aparentemente inofensivo Jimenez sacou de um
petardo que Lodigin não conseguiu resolver, a bola ressalta para frente, para
os quartos na cabeça de Gaitan, era o empate aos 86’, e o Portugal e Rússia
sentiram que só um milagre faria o Zenit dar a volta a eliminatória.
Já se ouviam
os cânticos portugueses no frio glaciar de São Petersburgo, Talisca entrou para
queimar segundos enquanto Jonas saia, mas com o baiano a vida sem remate não tem
cor, e mal teve oportunidade de visar a baliza o brasileiro trabalhou bem a
bola na área e pôs ponto final na eliminatória. 2-1 para o Benfica, 3-1 na eliminatória,
e mais uma afirmação de força da equipa.
A equipa vai balançando
na crista da onda que as vitórias trazem e nem a derrota frente ao Porto abalou
a confiança. E é com uma grande motivação que a equipa vai enfrentar a ultima
fase da época. Chegar a Milão se não é um sonho está lá bem perto, mas mais que
pensar em milagres europeus, é um bónus de moral para as competições
nacionais: o tricampeonato e a taça da liga.
BrunoAFNunes
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