Segunda Vida da Liga

Se todos sabemos que ainda agora começou, a partir de ontem entrámos na segunda vida da Liga. O Benfica vs Porto, trouxe um novo cenário...

Se todos sabemos que ainda agora começou, a partir de ontem entrámos na segunda vida da Liga.
O Benfica vs Porto, trouxe um novo cenário e um novo sabor ao campeonato. Irredutíveis para a Liga desde a saída de Rui Vitoria, o Benfica nunca se encontrou nos 90 minutos. 

Um Porto compacto, subido no terreno, a tapar a saída à esquerda, lado preferencial para a construção do Benfica. Veio ao de cima a carência de ideias ofensivas de Samaris e Florentino e convite envenenado para o Benfica a apostar no pé direito de Nuno Tavares, o que se revelou fundamental. Ofensivamente, o Porto também se mostrou preparado, aproveitando a transição defensiva do Benfica, brecha no onze de Lage. Foi de um destes momentos, que nasce o canto que levou ao primeiro golo do jogo. Um zero para o Porto a meio da primeira metade, mas sem alteração no teor do encontro até ao intervalo.

Na segunda parte, a entrada de Taarabt era uma obrigação, o Benfica precisava de qualidade no início da construção, tirar o foco da pressão em Grimaldo para dar mais liberdade ao espanhol. Em parte foi conseguido, o Marroquino é infinitamente mais capaz de ver as linhas de passe que Samaris ou Florentino, e Grimaldo começou a subir, mas tal como Rafa e Pizzi, também ele estava em dia de total desinspiração. Aliado a esse facto, o Porto recuou no terreno, preparado para as investidas, bloqueando sempre a zona central do campo, obrigando o Benfica a lateralizar e sobressaindo o jogo de cadeira e alívio de Pepe e Marcano.
Lage ainda experimentou dar mais criatividade entre linhas com a entrada de Chiquinho, mas o dia era azul e branco. O Porto cada vez com mais espaço ameaçava o segundo, e novamente a explorar uma das falhas do Benfica de Lage, que é a transição defensiva e a dificuldade de Odysseas jogar fora dos postes, essencial com uma defesa avançada no campo. Marega não desperdiçou o segundo cara a cara, e fechou o jogo para gáudio da nação azul e branca.

É incrível como a história destes dois rivais continua a repetir-se. O Porto anseia pelo Benfica, como o homem precisa do sono para acordar e o Benfica anseia pelo trauma infligido pelo rival, como o homem que precisa de cair para se erguer. 
Mas sobre ontem, ressalvo que o dragão reencontrou a esperança na luz. De manhã, Lisboa acordou enublada, coberta pelo fogo que arde depois de extinto.


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