O fascinio dos Guerreiros

O que me fascinou no jogo do Braga não foi a reviravolta, não foram os golos e não foi o resultado, que podia ter sido outro. O que ...

O que me fascinou no jogo do Braga não foi a reviravolta, não foram os golos e não foi o resultado, que podia ter sido outro.


O que me fascinou foi a maneira inteligente e serena com que a equipa abordou este jogo.


O que me fascinou foi a maneira como a vitória foi construída, a ideia de jogo e como os intérpretes foram fiéis ao que têm sido durante a época.

A começar pela saída de bola.  Os minhotos atrairam os jogadores do Fenerbahçe para zonas laterais, viravam rapidamente o jogo e progrediam no corredor central. O primeiro golo é amostra disso. 

Outro aspecto que me fascinou foi o uso do passe longo quando necessário. Muitas vezes o Fener estava a pressionar alto, originando um espaço entre a linha média e a linha defensiva, e o Braga, inteligente, através de alguns passes longos conseguiu quebrar várias vezes essa pressão, ultrapassando 4/5 jogadores e colocando-se em zonas privilegiadas parar criar jogadas de perigo. A prova de que uma equipa sabe adequar-se ao jogo e contornar as dificuldades.

O que me fascinou foi ver um Braga personalizado, com ideias parecidas com as que ontem vimos num dos maiores palcos mundiais, o Allianz Arena, de Munique.


O que me fascina é ver um Braga ir contra um império turco, com futebol ofensivo e a mandar no jogo. Um Braga que pretende criar oportunidades ao invés de se esconder em 3 linhas defensivas. 

Um hino ao verdadeiro Futebol, de posse, de ataque, de querer ter a bola e com ela fazer coisas bonitas. A essência do futebol, que o mundo actual cada vez mais desconhece, pelo desuso do seu romantismo.

O que me fascinou foi ouvir os comentadores do canal de televisão, em emissão aberta, criticarem abertamente e nos primeiros segundos de jogo a abordagem do Braga, aquando a sua saída de bola. Mas no fim lá vibraram. Uma goleada esclarecedora convenceu-os.

O que me fascinou foi este choque de mentalidades de um futebol moderno, ofensivo e de posse, contra o que os comentadores estavam à espera: um jogo "cerebral" de pontapé para a frente, cheio de remates e de emoções, menosprezando a beleza do bom futebol.

Tudo isto me fascinou, ou resumidamente, o Braga encantou-me. O resultado até podia ter sido outro, mas não foi porque estes jogadores foram verdadeiros guerreiros de batalhas árduas. Hoje podem fechar as portas do estádio da pedreira mas não o coração repleto de orgulho de qualquer bracarense!

Hoje, mais do que a conquista da qualificação e o destronar de um império, fizeram a melhor exibição da época. E perante tudo isto, o resultado até fica para segundo plano.

Um Braga de alto nível, como a Europa exige e Portugal precisa. Agora sonhem e acreditem. A jogar assim serão um pesadelo para os demais.

Tiago Carvalho e RC

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