Há alturas em que um simples dia é muito mais do que um dia, um momento é a soma de todos os sonhos e cada nova gota de suor representa o esforço feito para te manteres vivo. Depois da brava noite da Baviera, o Benfica sai vivo e bem vivo. Não tocou no céu, mas esteve longe de sentir o ardor de um inferno que lhe prometeram.
O sonho de uns é a displicência de outros. E quem não dá valor, às vezes sujeita-se a perder. O Bayern foi sobranceiro e arrogante o quanto baste para não se preocupar com o golo - outro igual ao que lhe caiu aos pés, logo a abrir, através da cabeça de Vidal. O Benfica vestiu o fato de macaco, soube reagir e manter-se íntegro. Uma grande virtude. Pelo meio, ainda procurou o seu momento de glória. Esteve perto do divino.
Em Lisboa, a missão continuará a ser difícil, é verdade, mas não podemos chamar-lhe impossível. A bola é redonda e o querer ajuda. A final da temida eliminatória será na Luz (quem diria!) e em casa o Benfica procurará, humildemente, o seu dia, aquele momento que vale por todo o esforço e suor. Se conseguirá? É legitimo sonhar. Quem sai vivo de Munique tem legitimidade para acreditar.
Sim, o Benfica perdeu, mas está vivo, tão vivo que se recusa a morrer. E é essa coragem que enche os encarnados de orgulho (e sonhos!)
"Tenho em mim todos os sonhos do mundo" - Fernando Pessoa
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