Benfica vs Zenit, 1-0 ganham os tugas!

            O Benfica conquistou hoje uma vitória importantíssima na primeira mão dos oitavos de final da champions que o leva a acalentar e...

            O Benfica conquistou hoje uma vitória importantíssima na primeira mão dos oitavos de final da champions que o leva a acalentar esperanças de selar fora a passagem aos quartos de final da competição.   



               Num dia em que Lisboa recebeu os russos com um frio em sua homenagem, esperava-se um jogo de champions para aquecer a noite gelada, mas as circunstâncias e o respeito mútuo não terão ajudado a um jogo de ataque. O Benfica entrou sem a confiança que tem sido habitual, a derrota para o campeonato com o porto terá feito os pitons assentarem melhor na relva e a equipa soube que hoje não podia ser tão vertiginosa a atacar sob pena de ficar com a eliminatória comprometida. Já o Zenit vindo de uma longa pausa de inverno enfrentava o seu primeiro jogo oficial após a 2ª pré época, e o plano de AVB para o jogo foi de dar bola ao Benfica, sempre espreitando a velocidade em condução de Hulk, Danny e Shatov, e tentando provocar algum erro defensivo na saída de bola encarnada. Os russos com a defesa recuada mas sempre compacta formavam uma barreira difícil de transpor a um Benfica sem grande imaginação no último terço do terreno, onde Mitroglou foi apagado por Garay e Lombaerts, e Jonas não conseguia ter bola em zona de finalização, ainda assim foi do brasileiro a melhor oportunidade da primeira metade com um remate traiçoeiro fora de área que Lodigin defendeu para canto. Se Mitro ia sendo bem tapado pelos “russos” do outro lado eram Lindelof e Jardel que abafavam o gigante Dzyuba, que raramente conseguiu ver-se em jogo.
               No meio campo a luta estava como o encontro empatado, à virilidade de Javi, Samaris respondia com assertividade, enquanto Witsel e Renato tentavam ser os barómetros de cada equipa mas sem conseguirem encontrar espaços para rasgar as defesas.
               Finda a primeira parte o homem mais activo em campo foi mesmo o arbitro, o italiano Gianluca Rocchi ajuizou com tolerância zero e no final da primeira parte o Benfica já tinha 3 amarelados, sendo que André Almeida e Jardel já sabiam ao intervalo que a segunda mão para eles será na bancada.                                
                A ida aos balneários não parece ter sido uma vez mais boa conselheira para o Benfica, tal como no jogo com o Porto viu a equipa visitante entrar melhor na segunda metade, e conseguir nos primeiros minutos a sua única oportunidade em todo o jogo, uma progressão em posse de Witsel com o remate a sair do pé direito do belga para defesa apertada de Júlio César, valeu ter ressaltado para o lado de Eliseu que afastou o perigo. Os russos sentiam-se mais confiantes, mas um lance de transição rápida do Benfica que acabou por ser mal definido na recepção de Mitroglou foi o suficiente para o Zenit ficar de pé atrás e continuar o plano inicial de contenção. Se na primeira parte, Hulk, Danny e Shatov ainda tentavam uns fogachos com a bola nos pés na segunda já não havia pernas e as bolas eram invariavelmente ganhas pela defesa encarnada, faltava agora a injecção para o assalto à baliza russa. Já com Jimenez no lugar de Mitroglou, Jonas e Gaitan desenharam a bola de golo, o avançado brasileiro finalmente com espaço na área, leu bem a jogada como é seu timbre e respondeu da melhor maneira a um cruzamento da esquerda de Jimenez amortecendo para a entrada de Gaitan que com um pormenor delicioso tira Javi Garcia do lance e desfere um remate na cara do golo, para boa intervenção de Lodigin. Curioso ou talvez não terá sido o facto de neste lance com a ida esporádica da referência ofensiva do SLB à linha, a dupla Garay-Lombaerts desfeche-se momentaneamente e o argentino acompanhou Jimenez à linha permitindo que Jonas encontra-se espaço até ai inexistente. Não foi golo, mas foi definitivamente o lance que empurrou os russos para trás juntamente com a falta de frescura física. Vitória lançou Carcela para carregar sobre o amarelado Criscito, mas o Benfica não conseguia desfeitear a recuada linha defensiva russa e o zero zero já parecia um empatado interessante, até que aos 90’ Criscito tem entrada imprudente sob André Almeida a meio do meio campo defensivo do Zenit, vê segundo amarelo e é expulso. Empurrados pelos adeptos era o momento de acreditar no golo, e os protagonistas justificaram o porquê dos seus nomes serem mais vezes repetidos. Gaitan cruzou e Jonas decidiu, 1-0 estava feito o resultado final.

               Vitória justa do Benfica, que não demonstrou uma superioridade evidente sobre os Russos, que foram inteligentes a jogar sabendo que não tinham o mesmo ritmo de jogo que os portugueses. Talvez Villas Boas pense agora que podia ter sido mais audaz, o resultado é perigoso para os seus homens e uma arma a ser bem gerida pelos campeões nacionais.                            
             Destaque no Benfica para Lindelof que ao terceiro jogo consecutivo teve o seu melhor desempenho, sem faltas desnecessárias, parecia tranquilo a jogar quando se pensaria que tinha a pressão toda do seu lado. Como negativo a falta de jogo sem bola do Benfica foi uma vez mais evidente, faltam rasgos que furem as defesas quando em ataque organizado. Do Zenit, a estratégia de contenção pode ser elogiada e compreendida mas ainda assim não deixa de ser criticável o parco jogo de equipa que no ataque quando a bola não passa em Witsel mais ninguém parece pensar o jogo, vivendo numa correria desenfreada até à baliza adversária. Finalizando o Benfica conquista um excelente resultado e tem as portas abertas da eliminatória, "bastará" para isso repetir um qualquer resultado conseguido até aqui nesta edição da Champions League.



BrunoAFNunes

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