Em Alvalade a bola não rolou como devia (e não foi apenas culpa da relva) mas os golos apareceram e houveram lances interessantes no meio da monotonia. O Sporting, com Ewerton, Zeegelaar, Schelotto e Gelson de início, tentou decidir o jogo o quanto antes mas o Boavista, naquele seu jeito esforçado e lutador, fizeram tudo para evitar esse desfecho. Através de dois lances de bola parada os leões adiantaram-se no marcador e fecharam a vitória ainda antes do intervalo. Na segunda parte os postes e Rui Patrício brilharam e deram emoção a um jogo sem grande história. Mika teve inveja e também se mostrou presente. No final do jogo os leões festejaram os 3 pontos, a vitória e encheram o peito de coragem para 3 árduos jogos. Os adeptos acreditam que há muito leão escondido nestes serviços mínimos.
Foto: Lusa |
Perante esta atitude brava e competitiva dos axadrezados, o Sporting demorou a colocar a bola no chão e jogar. Téo foi o primeiro a ter o golo nos pés, livre de marcação e em zona privilegiada para visar a baliza de Mika. O remate foi tão descrente quanto a fé de cada adepto quando ele joga... Pouco a pouco o Sporting fui subindo e encostando o Boavista. Tabelas, triangulações, cruzamentos para a área e Ewerton foi falhando atabalhoadamente o remate. Slimani lutava para superar a marcação.
Até que, no seguimento da marcação de um canto, Ewerton deixa Idris a dormir, antecipa-se a Mika e faz, de cabeça, o primeiro do jogo. Alvalade saltava de tamanha alegria e o brasileiro apagava o desperdício anterior.
Em cima dos 45 minutos, livre em zona frontal para o pé esquerdo de Bryan Ruiz. O costa-riquenho tentou levar a bola a sobrevoar a barreira mas esta, uma vez desviada, altera a trajectória, embate no poste e aninha-se no fundo das redes. Bryan é jogador fino, de classe pura e golos bonitos. Por tudo isso e pelo fraco efeito visual do seu golo, pouco festejou. Não que não o sentisse, apenas porque não o apreciou.
Ao intervalo o Boavista carregava um fardo pesado. A entrada inicial esfumou-se e o aglomerar de faltas e golos faziam temer um desmoronamento emocional.
Mas, engana-se quem pensa que o Boavista desligou do jogo. O Sporting sim, encostou-se ao conforto do resultado. E Rui Patrício começou a sentir o perigo do relaxamento da equipa. Viu uma bola embater no poste (naquele que seria um golaço!) e negou por 2 vezes o golo axadrezado. Fez o complicado parecer simples.
Por entre os erros e o tirar o pé do acelerador, a baliza de Mika também foi testada. Schelotto disparou para Mika defender, Slimani viu o redes negar-lhe o golo e Mané, de baliza escancarada, acertou também ele no poste. Uma segunda parte sempre morna, quase sonolenta, mas com lances aqui e acolá interessantes.
Até final nada se alterou: o Sporting segurou a vantagem, geriu a equipa e o jogo e manteve a liderança isolada. Respira confiança interna para as duras batalhas que se avizinham. Já o Boavista mostrou o porquê de ainda não ter perdido nesta segunda volta: é uma equipa limitada mas lutadora e sabe posicionar-se bem em campo. Dá muito ao jogo em termos físicos. E atenção: já não se recolhe e por ali fica. Estica as linhas, o jogo e procura a baliza. Deixou uma boa imagem.
Positivo:
- A vitória leonina permite-lhe manter a vantagem e recuperar um trono só seu.
- A atitude positiva do Boavista. Não é só despejar a bola na frente, já procura a baliza e o golo
- Schelotto não é um portento técnico mas correu quilómetros e esteve muito em jogo!
- Ewerton mereceu ser feliz. Fez por isso.
- Anderson Carvalho remou contra a maré e tudo fez para marcar um golo... culpou o poste a sorte e Rui Patrício
- Rui Patrício. A equipa mereceu sofrer um golo mas ele não deixou. E nas redes ele é que manda!
Negativo:
- Teo... um habitué! Desgarrado, pesado, fora de forma e da graças do seu Deus. Desligado do jogo e da equipa.
- Muitas faltas e faltinhas. Como se não bastasse, houve muita bola perdida e pelo ar.
- A relva de Alvalade é mesmo um problema. Tufos atrás de tufos.
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