Nacional - Sporting: Tudo fácil e sem bailinho

Longe vai o tempo em que a Choupana era de facto um bicho papão. Este Nacional é uma amostra do que já foi e a falta de qualidade individua...

Longe vai o tempo em que a Choupana era de facto um bicho papão. Este Nacional é uma amostra do que já foi e a falta de qualidade individual espelha-se em campo, chegando a ser sofrível. Quanto aos leões, uma entrada em grande, num regresso aos golos a todo o vapor por parte de Slimani. Os leões souberam ser fortes, eficazes, adultos e competentes. O primeiro lugar isolado está de volta e os pés no chão permitem que a equipa volte a sonhar.

Foto: Lusa
É dificil  iniciar o texto e não começar pelo golo de Slimani. Canto marcado por João Mário e uma movimentação fantástica que lhe permite aparecer a todo o gás à frente dos defesas e atacar a bola para o 1º golo da partida. Com 3 minutos de jogo o Sporting chegava à vantagem e começava a desenhar o assalto à liderança isolada. Além do mais, via o seu ponta de lança argelino, e referência do ataque, regressar aos golos 2 jogos depois.

A partir daqui tudo fácil. O Nacional perdeu-se no jogo (nunca perceberemos se chegou sequer a entrar) e o Sporting, sem grandes correrias ou jogadas complexas, lá foi gerindo e controlando o jogo a seu belo prazer. E foi com naturalidade que o Sporting ameaçou sentenciar o jogo logo aos 17 minutos, quando Bryan Ruiz, desmarcado por Slimani, marca no cara a cara com Gottardi. Todavia o lance foi invalidado por alegado fora de jogo.

Só aos 30 minutos é que Salvador Agra consegue chegar com relativo perigo à baliza leonina, disparando por cima na transformação de um livre directo. Um deserto de ideias esta equipa insular. Mas, ainda antes do intervalo, Carlos Mané, uma vez lançado para o lugar do lesionado Bruno César, desperdiçou clamorosamente o golo, mandando ao lado uma bonita tabela entre Slimani e João Mário. O intervalo chegava e o 1-0 não espelhava a tamanha superioridade leonina, mas obrigava os leões a não adormecerem à sombra da bananeira.

Na segunda parte mais do mesmo: um Nacional longe do jogo e um Sporting a ser obrigado a jogá-lo, sob pena de ficar refém da sorte.

Aos 52 minutos, no seguimento de uma jogada de Bryan Ruiz, Rui Correia coloca incrivelmente a mão na bola e comete grande penalidade. Adrien não desperdiça e o jogo ficava entregue ali, naquele momento. O Nacional rendeu-se e até ao fim foi jogando sem nexo ou conexão.

Aos 65 minutos e uma vez servido por uma carambola da defesa insular, Slimani remata à barra e João Mário, na recarga, encosta. Tudo demasiado fácil, tão fácil que até parecia banal. Ainda antes do final da partida, Slimani acabaria por bisar, na marcação de uma grande penalidade, na sequência de um derrube a Schelotto... fora da área! 

Com o 4-0 na Choupana, o Sporting voltou a reinar sozinho, num trono que lhe tinha fugido temporariamente. Jorge Jesus viu a sua equipa ser consistente, determinada e concentrada no jogo, contando com o bom receber do Nacional, que fez com que o visitante se sentisse em casa. Um passeio à Madeira, num campo onde, em tempos, ganhar era deveras complicado... quanto mais golear!

Positivo:

  1. A vitória do Sporting, por tudo o que simboliza: o regresso à liderança isolada e 3 pontos de avanço sobre o velho rival.
  2. A entrada de leão. O golo cedo permitiu desbloquear o jogo.
  3. O regresso de Slimani aos golos. É outro descanso.
  4. O regresso às boas exibições de William Carvalho: a ver vamos por quanto tempo...
  5. Os centrais leoninos: Ruben Semedo e Coates deixaram uma boa imagem e prometem.
Negativo:
  1. O Nacional da Madeira. Por tudo o que deixou fazer, não fez e também pelo que fez (a maioria do que fez foi asneira)
  2. A equipa de arbitragem: apesar de não ter tido influência directa no resultado, anulou um golo que parece ser limpo e atribui a penalidade do quarto golo aos leões por um derrube fora da área!

Tiago Carvalho

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