Parabéns, grande artista! O menino de ouro faz hoje 44 anos.

Há jogadores que são meninos de ouro, grandes artistas e puro talento. Não importa por clube jogam, importa sim tudo o que dão e deixam em ...

Há jogadores que são meninos de ouro, grandes artistas e puro talento. Não importa por clube jogam, importa sim tudo o que dão e deixam em campo por cada emblema. Nasceu no Bessa, cresceu e fez-se na Luz, conquistou Alvalade e voltou à sua essência, o seu Boavista. Pelo meio, alimentou paixões, ódios e converteu ateus em crentes. Chamaram-lhe melancia, apuparam-no e aplaudiram-no de pé. Foi dos poucos que conquistou plateias e adeptos, fez chorar quem o aplaudiu e secou as gargantas que o incentivavam. Apesar de tudo, João Pinto soube ser amado. Tudo fez em prol de quem tudo lhe deu. Hoje, faz 44 anos e quem gosta de futebol não esquece tamanha qualidade. Obrigado por tudo o que nos deste, João!

O número 8 que tantas alegrias nos deu!
Recorde com A Gola a grande carreira de um dos maiores avançados portugueses de todos os tempos.


Onde tudo começou:

O Boavista teve "olho" para o ir buscar, ainda miúdo, ao Águias da Areosa. Pelo meio passou pelo Atlético de Madrid, de Espanha. O insucesso motivado pela idade precoce e a exigência repentina fariam com que o garoto (campeão do mundo sub20 em Riade e Lisboa) voltasse e brilhasse no seu clube axadrezado. Conquistou a Taça de Portugal e o Boavista vendeu-o ao poderoso Sport Lisboa e Benfica. Era óbvio: estava destinado a grandes voos.



O Menino de Ouro:

Em 1992 chega a Lisboa o jovem prodígio. Mas a explosão do talento surge com aquele que foi o "jogo da sua vida", um derby carregado de golos, emoções e talento. No fim, o Benfica ganha 6-3 ao Sporting, em Alvalade, João Pinto faz um jogão, marca 3 golos e veio a sagrar-se campeão. O menino de ouro foi a alcunha que lhe assentou que nem uma luva. Herdou a mítica braçadeira encarnada e disputou pelo clube um total de 302 jogos pelo clube, marcando cerca de 90 golos.
Depois, o impensável aconteceu, 

Jupp Heynckes não ia à bola com o capitão e somando à loucura do presidente Vale e Azevedo dispensa o capitão deixando o futebol português estupefacto. O Euro 2000 chega e João Pinto estava livre, sem clube (o único jogador do torneio nessa condição).


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O Grande Artista:

Meia Europa queria João Pinto, aquele que tinha acabado dispensado pelo "seu" Benfica. Mas a precoce e má experiência em Madrid marcaram-no, e enquanto pai e chefe de família, João Pinto teria de ser ponderado. Lisboa sempre foi a sua cidade e trocá-la por outra cidade, mesmo que o Porto, seria difícil. Foi aí que a decisão se tornou simples: o Sporting. Foi lá que encontrou Mário Jardel e construiu uma das duplas mais completas e temíveis da história do futebol português. JVP marcou 9 golos, foi campeão fez inúmeras assistências para o Bota de Ouro Jardel e foi apelidado, por este, de "pai". Um termo carinho e respeitoso, como forma de agradecimento por tudo o que o português lhe deu. Alvalade, que em tempos provou o veneno do seu talento, rendia-se ao "grande artista". O seu carácter e a sua entrega cedo conquistaram títulos e a massa adepta. Os adeptos encarnados nem queriam acreditar que o filho que criaram acabava no grande rival, levantando títulos e ferindo os corações partidos.


Em 2004 termina contrato com o clube de Alvalade e resolve regressar a casa, ao seu Boavista. Após duas épocas mais discretas mas ainda interessantes, muito por culpa das pernas que já pesavam, ainda se aventura no Braga. Mas o seu corpo já não conseguia acompanhar o seu talento. A idade é uma coisa verdadeiramente chata. Em 2008 dá-se o momento mais doloroso de todos: o fim. João Pinto coloca o ponto final numa carreira recheada de golos e momentos cinematográficos. 


Selecção Nacional:

Pela selecção nacional o deambulante avançado jogou por 81 vezes, marcando 23 golos. Fazendo parte da geração de ouro e sendo uma das suas grandes estrelas, conquistou o título de campeão do mundo de sub 20 em 1989 e em 1991. Mais tarde, apareceu em destaque no Euro 96, em Inglaterra, e na bela campanha do Euro 2000, na Holanda e Bélgica. O seu golo à Inglaterra, na célebre reviravolta, personificava aquilo que foi João Pinto: coragem, determinação e instinto goleador.
Em 2002, no Mundial de má memória, na Ásia, João Pinto perde a cabeça e tem um incidente com o árbitro da partida. Daí para a frente seguiu-se o castigo internacional e o custoso término da carreira internacional.


Portugal-3 Inglaterra-2 do Euro 2000 por


Tiago Carvalho


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