Tarde de futebol em Alvalade com um tempo pouco fiável para Agosto. E os leões estiveram como o tempo: brilharam, estiveram cinzentos e intercalaram a qualidade com o razoável. Os visitantes tinham a lição bem estudada e aproveitaram a maior frescura física para pressionarem alto as linhas de construção leoninas. O meio campo dos castores é o sector mais da equipa e nele assenta todo o seu jogo. Ao intervalo valia o bonito golo de Carrillo, após assistência de Bryan Ruiz, e um lance de fino recorte técnico de Aquilani. Um golo mostrava superioridade mas não domínio. 

Na segunda parte Gelson entrou e não demorou a mostrar-se aos adeptos. Não engana, o "puto" é "gingão" e bom de bola, tem futuro. Os minutos passaram-se, o jogo foi de meio campo e ascendente leonino, mas sempre sem domínio. O Sporting não soube matar o jogo e o Paços mostrou-se constantemente capacitado para fazer das suas. Ao minuto 80 penalti para os castores e expulsão de João Pereira, num lance (no mínimo) duvidoso. Na conversão da grande penalidade Pelé marcou e o Paços sorriu. O Sporting, notoriamente fatigado, com um homem a menos e de cabeça perdida, apostou no coração e Gelson ainda assustou Marafona. No fim um empate, um ponto ganho pelo Paços e dois perdidos pelos verde e brancos. Ao fim de 2 jornadas as duas equipas igualam-se com 4 pontos.

Em suma, um jogo de controlo aparente mas sem domínio efectivo por parte dos leões, com um Paços atrevido e determinado em tornar o jogo intenso mas simultaneamente coeso. De salientar ainda o muito tempo perdido pelos castores e um lance terrivelmente penalizador para os leões, fruto de um juízo... digamos audaz, por parte do árbitro da partida (que em decisões anteriores e duvidosas optou pelo critério largo). Para os leões custa, mas faz parte. Bruno de Carvalho não gostou e aplaudiu com toda a ironia a saída do árbitro. A polémica começa desde cedo a fazer-se sentir. 

Numa verdade nua e crua, é este o estado do nosso "futebol" (e porque não ler A Gola do Avesso?).

Tiago Carvalho.